PONTES MEDIEVAIS DO MUNICÍPIO DE FAFE






Construções em arco, de boa cantaria, velhas pontes que quase passam despercebidas, mas continuam a dar passagem para a outra margem. Esquecidas e abandonadas, são, contudo, o principal testemunho dos eixos viários medievais que ligavam Santa Eulália a outros Burgos da Região.

Em todo o Concelho de Fafe existem pelo menos dez pontes de construção medieval. Alguns chamam-lhes Romanas, o que é incorrecto, já que por aqui não passava qualquer via daquele período, pelo que todas as pontes mais antigas deste Município estão enquadradas numa faixa cronológica entre o século X e o Século XV, em plena Idade Média.
A mais antiga situa-se em Santa Rita, a ponte do barroco terá sido construída no séc. X. Foi também nesta ponte que Camilo Castelo Branco, nove séculos depois, encontrou inspiração.
No perímetro urbano de Fafe encontramos a ponte das Romãs, uma pequena ponte claramente Românica (séc. XII/XIII), que nos anos 80 quase foi destruída pela construção da ponte moderna no principal acesso a Pardelhas. Neste mesmo lugar existem outras duas pontes: Sanguinha, mal conservada e Arquinho, completamente assoreada. Mais para sudeste, existe a ponte velha da Ranha, quase engolida pelo “progresso” e a bela ponte de S. Gidos, construída no séc. XIII, no eixo viário que ligava a Guimarães. Neste local existiu também uma gafaria medieval, referenciada nas Inquirisões de 1258. Ainda em Fafe temos a Ponte Velha de S. José ou do Lombo, velha ligação ao Mosteiro de Antime e com tanta tradição religiosa, onde frequentemente são lançados entulhos e lixo.
Já fora da freguesia de Fafe, existe em Quinchães a ponte de Docim, uma construção aparentemente românica. Na freguesia de Cepães encontramos a ponte do Cancelo. Neste território existe também a ponte pedonal do Prego, belo exemplar de construção mais recente já em Idade Moderna.
Mais a norte a belíssima ponte do Borralho em Várzea Cova, certamente ligada ao mosteiro que ali existia, pelo menos desde o início do século XII.
São estas as pontes medievais conhecidas até ao momento neste concelho, outras haverá, que desconheço.
Estas velhas pontes fazem parte do nosso Património Histórico pelo que não devem continuar votadas ao abandono até perecerem dando lugar ao betão armado. Pela sua resistência ao tempo e por, estoicamente, continuarem a desempenhar a sua função, elas merecem melhor tratamento. Deverão ser alvo de limpezas periódicas, trabalhos de consolidação, estudo, sinalização adequada e divulgação em roteiro.




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