UM FUTURO MELHOR PARA O PASSADO

O Município de Fafe, como tantos outros concelhos do País, é fértil em memórias históricas, representadas por um considerável acervo Patrimonial, que, não tendo uma monumentalidade invulgar, assume uma importância vital para o conhecimento da evolução do povoamento neste território.

O Património Arqueológico imóvel incorpora mais de duas centenas de vestígios dispersos pelas 36 freguesias deste Município. Da pré-história recente ao período medieval, encontramos testemunhos matérias de grande valor científico e Patrimonial. Cerca de 70 monumentos megalíticos, uma dezena de povoados com origem proto-histórica, villae romanas, pontes, calçadas e sepulturas medievais, para além de outros vestígios, tornam Fafe numa das mais importantes reservas arqueológicas da região.

Em grande parte, este Património encontra-se abandonado à mercê do vandalismo, e também por inadvertência, pode, a qualquer momento, sofrer agressões ou ser até destruído, à semelhança do que já aconteceu com diversos vestígios. O Património arqueológico é particularmente frágil e por isso necessita de maiores cuidados.

Apesar das convenções Europeias para a protecção do Património Histórico e Arqueológico, Portugal continua a não ter uma politica de Património apropriada, estando muito longe de atingir os objectivos inscritos nas directivas Europeias para esta vertente Cultural e Cientifica.

A Convenção Europeia para a Protecção do Património Arqueológico, “Consagra o Património Arqueológico como elemento essencial para o conhecimento da História Cultural dos povos, o qual se encontra ameaçado de destruição devido ao incremento dos planos de ordenamentos assim como de riscos naturais. Neste sentido, torna-se importante que a protecção do Património Arqueológico, se reflicta nas políticas de ordenamento urbano e rural.”

Decreto do Presidente da República nº 74/97 de 16 de Dezembro


A preservação do Património Histórico e Arqueológico é um dever legal de cidadania onde o Estado e as Autarquias têm responsabilidades acrescidas, obrigando-se a desenvolver programas de salvaguarda e valorização do Património Histórico e Arqueológico.
As Associações de defesa do Património Cultural assumem, em Portugal, um papel fundamental. Elas servem sobretudo para a consciencialização e formação das populações, activando mecanismos de protecção, estudo, valorização e divulgação.

O Património Histórico e Arqueológico de Fafe carece de uma gestão compatível com a sua importância. Nesta vertente, muito pouco se tem feito, continuando muitos sítios e monumentos a aguardarem um tratamento condigno.
Contrariamente ao que acontece em várias autarquias da região, o Município de Fafe não beneficia de uma estrutura profissionalizada para gestão de todo o seu Património Histórico e Arqueológico, tornando mais difícil a sua protecção.

É chegada a altura de colmatar esta carência e criar uma Associação vocacionada para uma intervenção responsável e abalizada no âmbito da nossa herança cultural.
A preconizada “ATRIUM”, Associação do Património Histórico e Arqueológico de Fafe, pretende ser uma organização enriquecedora do espírito de grupo, da cidadania, defensora dos valores da Arqueologia e do Património Cultural em geral, apoiando a Autarquia de Fafe e demais instituições públicas e privadas na promoção e valorização de valores patrimoniais do Município de Fafe.


Objectivos da “ATRIUM”

Efectuar prospecções e escavações arqueológicas, atendendo à metodologia e actualizações desta ciência;

Promover acções de protecção, valorização e revitalização do património histórico e arqueológico;

Estabelecer permutas culturais e protocolos de colaboração com outras instituições, publicas e privadas, nacionais e internacionais;

Denunciar, perante argumentos fiáveis e fundamentados, os atentados ao património histórico e arqueológico;

Organizar iniciativas pedagógicas, visitas guiadas e intercâmbios culturais, exposições fotográficas, documentais e de património móvel, ao nível nacional e internacional;

Promover acções de formação, conferencias e colóquios no âmbito da temática arqueológica e patrimonial, em colaboração com organismos públicos e privados;

Publicar um boletim informativo e uma revista de património histórico e arqueológico, de periodicidade regular;

Realizar levantamentos e inventários do património histórico e arqueológico;
Consagrar a arqueologia como componente integrante do Património Cultural e testemunho de memória colectiva e herança cultural;

Assegurar a Arqueologia como uma disciplina científica essencial ao ordenamento do território, qualidade de vida e agente de desenvolvimento económico.

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