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Mestre Adélio Carvalho Ferreira |
A Atriumemoria foi hoje, 23 de Junho, visitar a antiga olaria “Xai-Xai” do já desaparecido artista Adélio Carvalho Ferreira (1927-2007).
Ao longo de trinta e dois anos este artesão do barro trabalhou na oficina, que a muito custo, construiu em Fafe na tentativa de refazer uma vida “desapossada” com a descolonização portuguesa em África.
Adélio Ferreira é natural de Barcelos onde nasceu em 21 de Fevereiro de 1927. Criado em família de oleiros, com apenas 14 anos de idade partiu para Moçambique onde desenvolveu a sua técnica e apurou os seus dotes artísticos. Em 1975 regressou a Portugal fixando-se em Fafe. O casal Irene Ismael e Adélio teve duas filhas gémeas, Irene e Adélia que souberam conservar a memória dos pais que tanto lutaram por uma olaria, única fonte de riqueza da família.
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Aspecto do interior da oficina |
A ampla oficina onde tantos jovens e adultos aprenderam um pouco da arte do Mestre Adélio, exímio artífice do barro, parece ter parado no tempo, “hibernou”, à espera de uma “lufada de ar fresco” que a torne novamente activa e possa salvaguardar condignamente a memória deste artista fafense por adopção.
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Fieira para amolecimento da argila |
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Antiga roda de oleiro |
Antigas máquinas, fornos, muflas, rodas de oleiro e milhares de peças e moldes aguardam o seu destino. Irene Ferreira, com a ajuda da irmã Adélia quer revitalizar a oficina, continuar os passos dos seus progenitores, transmitindo, sobretudo às crianças, as técnicas da arte da olaria. Diz-se preparada e com uma vontade irredutível de levar por diante este empreendimento que não é fácil mas considera ser importante para não deixar morrer aquele Património Cultural, uma memória familiar que Irene quer ver revigorada.
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Irene e Adélia Ferreira |
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Arte do Mestre Adélio |
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Antiga mufla construída por Adélio Ferreira ainda com peças prontas a cozer |
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Aspecto exterior da Olaria "Xai-Xai" |
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