Afloramento granítico que alguns chamaram "menir" (reprodução do livro S. Mamede de Cepães de José Emídio Lopes, 2005) |
Menir é um termo de origem Bretã que significa men – pedra e hir – longa. Em português, também se denomina perafita, do latim “petra ficta”- pedra fixa/fincada.
Os menires são monumentos pré-históricos relacionados com um culto à fertilidade, daí, talvez, a configuração fálica presente na grande maioria destes monumentos que, podem também apresentar-se em conjuntos, normalmente formando círculos designados cromeleques.
Mais abundantes no sul do país, os menires aparecem em reduzidíssimo número no Baixo Minho.
O menir é portanto um bloco, geralmente granítico, talhado pela mão humana de forma alongada e secção semi-circular, podendo atingir, em Portugal, cerca de seis metros de altura. O megálito era cravado no solo, assumindo uma posição vertical.
No nosso país estes monumentos estão relacionados com a Cultura Megalítica, entre cerca de 4.000 e 2.000 anos a.C., do Neolítico à Idade do Bronze.
De algum tempo a esta parte, ciclicamente, lemos ou ouvimos referências ao “menir” de Cepães, localizado na Fonte da Cana. O pretenso “monumento megalítico pré-histórico”, várias vezes mencionado em várias publicações sobre Fafe, não é mais que um comum afloramento granítico, com fissuras erosivas, por vezes na vertical, aspecto que certamente iludiu os “estudiosos” da pré-história fafense, que por ignorância conseguiram “enganar” o bom Povo de Cepães, que em boa parte continua a acreditar na interpretação descabida do “menir”. Quando muito estamos na presença de uma curiosidade geológica, um capricho da natureza, que o Povo, em tempos, apelidou de “Penedo do Santo Entrudo”, associando-lhe lendas e histórias, próprias de um imaginário popular, que, esse sim deve ser preservado enquanto Património Cultural Imaterial.
Menir de S. Paio de Antas |
O “menir” de Cepães é portanto um erro interpretativo que confunde um banal afloramento granítico com um monumento pré-histórico bem tipificado e de fácil identificação… para quem conhece, é claro.
A fechar dizemos que, apesar da riqueza arqueológica do concelho em monumentos funerários megalíticos, não foram, até ao momento, identificados menires de fabrico pré-histórico.
Cepães tem valores arqueológicos conhecidos e terá outros por descobrir, é nesse Património que devem concentrar-se as atenções, abandonando de uma vez por todas fantasias que em nada contribuem para o real conhecimento dos valores Patrimoniais deste Município.
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